Segundo dizem por ai: _ Quem não gosta de samba, bom sujeito não é... É ruim da cabeça ou doente do pé.
Outra máxima proclamada aqui no Rio de Janeiro é a de que o genuino carioca tem que torcer pelo Flamengo e pela Mangueira.
Sou carioca legitimo, pois nasci na Maternidade Clara Basbaum, no bairro de Botafogo, quase aos pés do Cristo Redentor. Torcedor apaixonado do Clube de Regatas do Flamengo e torcedor do Gremio Recreativo e Escola de Samba Beija-Flor, de Nilópolis.
Durante a minha infância, morei na Rua Pedro Álvares Cabral, estudava na Escola Estadual Professor Mário Campos, no município de Nilópolis. Depois estudei no Instituto Filgueiras e no ABEU, ambos no mesmo município. No meu deslocamento, de casa até a escola, cortava a Pedro Álvares Cabral do seu final, onde eu morava (a casa era a de número 2012, a última à direita da rua e depois dela só havia o campo de instrução militar do Gericinó) até o seu início, onde era o ABEU. Uma das ruas que cortavam a Pedro Álvares Cabral chamava-se João Pessoa e era onde ficava a quadra da Beija-Flor. Quase sempre quando eu e minha irmã passávamos na esquina dessa rua, parávamos para beber água em um grande bar que por lá havia e víamos numa das mesas, na maior simplicidade, um camarada negro de sorriso largo,sempre o cumprimentávamos e ele sempre brincava conosco. Devido ao fato de sermos de orígem evangélica, passamos boa parte de nossa infância alienados em função da resistência de nossa mãe em ter um aparelho de TV em casa, para mim àquele camarada era apenas um cliente do bar que se destacava por sua simpatia. Certa vez, paramos no mesmo bar e àquele sujeito pegou alguns palitos, me deu três, deu três para minha irmã e ficou com três. Feito a distribuição, sugeriu que colocássemos as mãos para trás e em seguida retornássemos apenas um das mãos à frente, com palitos ou sem palitos, mas devidamente fechada. Àquele que acertasse a totalidade dos palitos nas mãos dos três, ganharia um refrigerante. A dinâmica aconteceu e ele venceu a brincadeira, mas ainda assim, comprou um refrigerante para mim e outro para a minha irmã.
Durante o tempo que estudamos no ABEU, todas as vezes que passávamos pela João Pessoa e àquele negro - sempre com um sorrisão no rosto - e um cordão de ouro reluzente com um medalhão estava por lá, nos cumprimentava e perguntava se estávamos com sede.
O tempos foi passando e então descobrimos que àquele negro simpático era o "Neguinho da Beija-Flor". Depois da constatação, óbvio que fiquei surpreso e feliz.
Desde então, tão somente pela atitude dàquele camarada, torço pelo seu sucesso e é claro, pela Beija-Flor.
Para a minha felicidade, este ano, a Beija-Flor de Nilópolis conquistou o título de campeã do carnaval carioca pela 12ª vez.
...
O Flamengo sagrou-se campeão da Guanabara, a Beija-Flor sagrou-se campeã do Carnaval 2011.
Se não sou um carioca genuino, em função de não torcer pela Mangueira, como a grande maioria... sou mais um carioca feliz por ter escolhido agremiações vencedoras em suas propostas.
C'Est La Vie
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