Eu nem queria abordar esse assunto... mas insistiram tanto. Não se trata de nenhuma novidade, muito pelo contrário, já está se tornando uma constante em alguns salões de humor. Por questões “pessoais”, muitos organizadores se valem de suas posições nos concursos e aplicam suas penas aos seus desafetos, como se fosse a exibição da “cabeça cortada e exposta na bandeja de prata”. Afinidades ou repulsa em relação às pessoas todos nós temos. O problema é quando alguns cartunistas (ou não) deixam isso claro da pior maneira possível, nos salões de humor os quais respondem como organizadores. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém ou aprovar atitudes das quais não compartilham. Mas daí confundir uma coisa com a outra, denota no mínimo, falta de caráter. Tenho acompanhado alguns salões e a medida que os observo, percebo que cada vez mais eles vão se assemelhando com àquele futebol de várzea. Onde o organizador do salão age como se fosse àquele menino que devido ao fato de ser o dono da bola, acaba querendo determinar o time que vai jogar, para qual lado o time vai atacar, quem vai ser o goleiro, quem vai ser substituído e ele, além de querer jogar no ataque, acaba apitando o jogo também. Não estou aqui criando estórias não. O que estou relatando são fatos que observei ( participando não apenas como concorrente, mas também como visitante ) e em conversa com membros de algumas comissões julgadoras. É impressionante a forma ditatorial em alguns concursos. Se o nome é SALÃO DE HUMOR e o que deve ser julgado é o DESENHO DE HUMOR, por qual motivo alguns organizadores ou juízes analisam o perfil do concorrente em vez de analisar apenas a obra do concorrente? O que interessa se um concorrente é um “filho da puta” ou não? Se o objeto de análise é o traço, que seja analisado tão somente o traço. Senão daqui a pouco as comissões julgadoras serão compostas apenas por psicólogos ou gerentes de R.H.. Aconteceu isso recentemente em um badalado salão de MG e em outro em SP. Hoje, alguns cartunistas se comportam como os donos da bola... Amanhã poderão ser a "bola da vez".
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