...

Da última vez que estivemos em Campinas, para a cerimônia de abertura de premiação do 1º Salão de Humor de Campinas, enquanto esperávamos para o início do evento, íamos conhecendo as pessoas que chegavam e trocando idéias. Dentre àquelas pessoas, tivemos a satisfação de conhecer o Carriero. Um camarada de aspecto franzino, sorriso fácil, comunicativo pra caramba que dá vontade de conversar sobre desenho de humor, porque ele quer saber tudo sobre o assunto. Ficamos conversando antes, durante e depois da exposição.
Depois, em conversa com o Dalcio, ele enalteceu a garra que o Carriero tem e a luta cotidiana para existir numa terra onde ser cartunista é uma responsabilidade maior. Maior devido ao fato de Campinas ser o reduto de cartunistas como: Bira, Paulo Branco, Dalcio, Rossi, Stegun, André Padua, Paffaro (que é de Vinhedo, mas foi aluno Paulo Branco), Stegun e tantos outros que são feras. E o Carriero ali, entrando no habitat dessas feras. A atitude é para poucos.
Em princípio, a timidez deveria inibi-lo, mas tal qual o franzino Verruga da História do Rei Athur, que surpreendeu o tirar com facilidade a espada presa à bigorna, Carriero consegue, aos poucos, retirar a pena de nanquim encravada no mármore e surpreender-nos.
Sua preocupação com o aprimoramento técnico e a apresentação de seus trabalhos são constantes e seu desenvolvimento inegável. Como as feras do habitat onde vive, Carriero vai aprendendo a lei dessa selva de traços, como sobreviver no meio delas sem ser devorado.
Mal o ano começou e o Carriero já estava vislumbrando exposições, desenvolvimento de caricaturas ao vivo, laboratórios para trabalhos experimentais e etc. E tem sido exatamente dessa forma. Por exemplo, amanhã, encerra-se a exposi cão “Olhares Abstratos” , na loja Disorder, que está aberta ao público desde 03 de setembro. A mostra reune 20 caricaturas, sendo 17 inéditas.
...
Num desses networks mal sucedidos, em determinado desenvolvimento, disseram-me certa vez: _ Não dá para publicar o trabalho dele... Melhor publicar de alguém conhecido.
A roda girou e hoje, tanto o Carriero quanto outros companheiros perceberam que são livres e independente das condições favoráveis ou contrárias, podem se fazer valer tão somente através de seus trabalhos. Exatamente como tem feito.
Estou escrevendo essa postagem pela admiração que tenho em relação ao comportamento dele e de outros companheiros, que querem e irão vencer. Mesmo que algumas pessoas prefiram fingir que não existam.
Sugestão aos companheiros que visitam este blog:
Não queira ser refém de qualquer portal ou blog, acreditando que a sua contribuição ou vínculo com o mesmo seja algo de excepcional. Como diria Shakespeare: _ “Há mais coisas entre os céus e a terra do que supõe vossa vã filosofia”
Tem muita podridão nesse universo e se fazer valer tão somente pelos méritos dos seus trabalhos é sem sombras de dúvidas, a melhor alternativa. Muitos companheiros imaginam que o fato de terem uma condição financeira mais favorável, trabalharem em um grande jornal, terem notoriedade, usarem roupa justa azul com uma capa vermelha e ostentarem um S no peitoral, devem tratar os "desconhecidos" com indiferença. As situações mudam o tempo todo e uma hora as posições se inverterão. Isso é fato!
Nenhum homem é forte o suficiente para bloquear o desenvolvimento natural das coisas. E se houver verdade e pesristência, tudo pode conspirar contra, mas você chegará ao seu objetivo.
O Salão Internacional de Piracicaba foi um exemplo disso. Mesmo havendo pessoas influentes, "conceituadas", badaladas, portais tomando partido e fazendo campanha contrária, o salão aconteceu e mostrou que as coisas são diferentes. (Pior para àqueles que se julgavam fortes demais e hoje sabem que não é bem assim).
Salve Carriero e os novos ventos que sopram em direção a esse casarão abandonado, cheio de móveis velhos, teias de aranhas e muito pó, denominado Desenho de Humor Brasileiro. Onde não se vê muitas atitudes louváveis, mas as manifestações dos velhos fantasmas são constantes.