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Ontem, fiz uma postagem entitulada "O TEMPO PASSA...", onde ficou explícito as mudanças físicas, pois a imagem é o objeto de análise, para nós que trabalhamos com isto.
Além das mudanças físicas, muitas mudanças aconteceram em relação ao desenvolvimento dos trabalhos e principalmente em relação aos contatos interpessoais.
Lembro-me como se fosse hoje, do comportamento de alguns "coleguinhas" de profissão e infelizmente, mesmo depois de tanto tempo, nada mudou em relação a isso.
Eu estava começando a me aventurar no mundo do cartum e como disse anteriormente, no primeiro salão recebi uma premiação. Para mim, àquilo foi o suficiente para que eu continuasse.
Mas já no primeiro salão, alguns cartunistas me abordavam com frases como: _ E aí Matique? (Uma alusão às minhas orígens, que até hoje não tenho o menor interesse em escondê-las, que foi o cartunista Ique. Tanto que minha filha foi registrada com o nome dele, como forma de homenageá-lo e para que eu jamais esqueça). Outros, devido à forma como eu gostava de me vestir, chegaram a escrever em cartão da exposição: _ Cartunista "Maurício" é foda!
Sou filho de retirante nordestina, mas não tenho que andar como maltrapilho.
Nàquela época, eu separava a melhor roupa para as melhores ocasiões... Hoje não esquento mais a cabeça. Mas acho muito bacana quem faz.
O tempo passou e àqueles mesmos camaradas que lá no início usavam estes argumentos, jamais se manifestaram positivamente sobre meus trabalhos. Não é possível que, em quase vinte anos de profissão, os mesmos que observaram outras questões como indumentária ou traços referenciais, conseguiram ver algo de bom.
Podem acreditar, ter uma atitude ruim é muito mais fácil que ter uma boa. Para proferirmos uma palavra que valorize os nossos pares é mais complicado do que valorizá-los. É uma briga interna grande, na qual muitos não estão interessados. Mas quando há interesse, o camarada mesmo não te suportando, te carregará nas costas até que seus objetivos sejam alcançados.
Onde quero chegar? Para todos àqueles que estiverem começando, não imaginem que serão abraçados e cativados por todos. Os camaradas só irão vê-los como parceiros, até o momento em que vocês não se tornarem uma ameaça. E é exatamente assim!
Tem um bando de babacas, que trocam e-mails, messengers, scrapbooks com fofocas, mas são incapazes de promover o crescimento de 1mm para quem quer que seja. Para estes, o crescimento de um par, que tenha a medida de um fio de cabelo já é uma ameaça grande.
Ser comparado com A, B ou C não faz a menor diferença. Sempre sofreremos influências, senão for na estética do trabalho, será na concepção. Ao elaborarmos uma caricatura, precisamos de um referencial... àquele referencial foi você quem fez? Ao elaborarmos uma charge, precisaremos de um referencial comportamental... Foi você quem fez? E assim por diante.
Hoje, com tantas informações à disposição de todos, não fazer uso delas é retroagir.
O que eu descobri analisando durante estes anos foi o seguinte, o tempo modifica muita coisa, menos o comportamento mesquinho de muita gente, que precisarão de mais 20 anos para aprender que abençoar o outro é bem mais fácil.
Depois daquele primeiro salão, fui premiado mais de quarenta vezes. E àqueles "coleguinhas" que tripudiavam como cartão de apresentação, depois da 3ª vitória, perderam o repertório de piadas. Que pena!
Vida que segue...
Abraços
9 comentários:
É FODA UM NEGOCIO DESSES POR QUE TEM GENTE QUE SEMPRE SE ACHA SUPERIOR OS OUTROS ? FODA FODA MESMO , DIZIA UMA AMIGA MINHA QUE O MAL DO SECULO É FAZER O MAL AO PROXIMO E ELA NUM MENTI EM NENHUMA PALAVRA , PRA QUE FAZER O MAL FODA ISSO ,AI FICA UM BOCADO DE BOBO DA CORTE TE JULGANDO E QUEM TEM NOME É PERFEITO É DOSE
Grande Cival!
Pois é...
Meu caro, tu sabes, tqnto quanto eu, que nesse nosso universo, o que rola de sacanagem é mais do que em bordel de reduto turistico.
Mas aí, a gente vai vivendo e abstraindo a existencia dessa galera.
E quanto mais o tempo passa e mais êxito vamos tendo, os mesmos coleguinhas vão envelhecendo, se questionando por qual motivo nunca sairam do lugar.
A vida ensina! Risos
Abraço grande
Fala Mattias!
Tudo bem, meu amigo! Eu vejo que algumas pessoas não se reciclam:nem intelectualmente,nem artisticamente. Nunca tive esse negócio de esconder o jogo, ensino minha técnica a qualquer um, digo o passo-a-passo e tenho grandes amigos cartunistas que conquistaram e conquistam prêmios a partir daquele empurraozinho incial que muito me orgulho de ter dado. Fico feliz por cada premiação que eles conquitam como se fosse uma conquista minha. O dia que nossa classe amadurecer e começar a compreender que quanto mais unidos nós formos, quantos menos disse-que-disse existir melhor será a qualidade média dos trabalhos, mais força teremos para reinvidicar nossos direitos junto aos salões, etc. Existem salões de humor (e não são poucos) que não estão nem aí para o seu protagonista: o cartunista. Fazem o que querem: não divulgam listas de selecionados, não pagam prêmios, jurados tendenciosos e por aí vai. Mas toda classe de trahalhadores é assim? Não. Sou advogado e administro uma empresa e posso afirmar que dentro da advocacia e dentro da administração não há tantos complicadores como na nossa classe artística. Falo isso com o coração partido, pois sou artista de alma. Sou artista antes de ser advogado, administrador, namorado, amigo, chato, etc. Esses dias conversando com um amigo, que admiro muito por sua vasta culta e sensibilidade artística, afirmou pra mim: Diogo, o cartum, a caricatura não são vistos como obras de arte, como no caso das artes plásticas. Eu me perguntei intrigado: __Por que ele tem essa visão sobre o desenho de humor? A resposta a que cheguei: em grande parte esse pensamento se desenvolve em razão de uma classe que não se valoriza. O que vejo é: em época de salão de humor um cartunista ficar gladiando um com o outro para ver quem é melhor, diminuido este ou aquele trabalho, plantando fofoquinhas. Quando o Ray Costa ganhou o Zélio de Ouro em Piracicaba no ano de 2007 lá estava eu e vi grandes nomes do cartum brasileiro ficar às escondidas fazendo comentários do tipo:"esse prêmio não foi merecido" e " eu não concordei com o resultado". Os nomes não interessam nem vou fazer as vezes de fofoqueiro, mas qual o porquê desta reação? Não pode um menino de origem humilde ser um grande nome no cenário do cartum brasileiro? Se ele possui um apuro técnico ou não, se tem talento ou não é mais uma questão de ponto de vista do que uma discussão fundamentada no conceito da arte do desenho de humor. O que importa é que naquele ano o Ray foi lá e venceu e isso é que deve ser levado em conta. Representou a vitória de cada menino da periferia deste país (independente destes meninos desenharem ou não), ele provou que todos podem alcançar seus sonhos, todo sonho. Não se julga um desenho a partir de um referencial idolatrodo como se fosse um taumaturgo do desenho. Os referenciais são diversos e múltiplos. A caricatura que a maioria dos artistas fazem no Brasil tem origem na escola francesa. Estou de saco cheio da esmola de figurões do desenho de humor e o pior é que fica um monte de bobo à espera dessas migalhas. O desenho de humor no Brasil tem se renovado tão lentamente que se eu ficar um ano sem contato com este universo poucas serão as surpresas após este período ausente. Forte abraço a todos os amigos do traço de humor.
Mattias,
Em toda profissão devemos seguir uma linha que achamos que é correta, justa e que leve apenas o bem. Mas existem pessoas que estão ao nosso redor que não pensam assim, são as pessoas invejosas. Como esses seus "colegas". E todo lugar que vou, sempre há um espertinho, que te dá tapinha nas costas agora, mas depois apunhaladas...
Mas eu acredito numa coisa: “Tudo que vai, volta...”
E outra coisa tbm:
"Observar, analisar, projetar, praticar e acreditar... o resto é consequência"
Abração!
Porra parceiro, estávamos comentando isso ontem aqui na RECORD, é +ou- isso que está acontecendo, eu passei a ser uma ameaça ao cidadão e ele por sua vez em vez de procurar trabalhar melhor,reconhecer a capacidade dos outros e pricipalmente reconhecer a lealdade que eu tinha com ele e agora dou a outro simplesmente por ser proffisional e tentar fazer meu trabalho bem, eles peferem trair, enganar, mentir e usar artimanhas para te diminuir, não liga não, sabes que te admiro, preserve sempre suas origens e orgulhe-se disso, busque sempre informações ou seja lá o que for para melhorar seu trabalho, mas sempre com lealdade a suas convicções. seja sempre vc. ABRÇS.
muito interessante sua reflexão, parabéns pela conquista!!
Grande Mônico,
É exatamente assim...
"Observar, analisar, projetar, praticar e acreditar... o resto é consequência"
Aprendeu rápido seu danado. (Muitos risos)
Abraço grande.
Silverio,
Muito bom te reencontrar, àqueles nossos papos lá na Recor salvaram o dia.
Precisamos fazer isso mais vezes.
Abração!
Salve, Jonas!
Fiquei feliz por ter recebido teus comentários epela inserção do link junto ao teu blog.
Fique à vontade para emitir sempre as tuas opiniões por aqui.
Me desculpe pela demora, o sistema só liberou os comentários hoje e assim que foram liberados eu os publiquei.
Abraço grande
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