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Aos desavisados, pesquiso assuntos referentes ao desenho de humor desde 1982. Depois de uma década pesquisando nomes, técnicas, tendências, história e etc, fui procurar o Mestre Zé Graúna, que ministrava aulas no SENAC/ Madureira. Além da competência como cartunista e ilustrador multifacetado tecnicamente, o Zé tem um rico arquivo sobre desenho de humor.
Ou seja, tinha ido procurar a pessoa certa. E "nunca" houve uma pergunta sobre desenho de humor, que eu fizesse ao Zé e ele não respondesse.
Há dois anos, encontrei com o Amorim em um salão de humor e ele sugeriu que eu não falasse muito sobre as coisas que acontecem sobre os bastidores, porque as pessoas diriam: _ Olha! Lá vem o chato!
E falaria sobre o quê? Política?
O fato é que, durante muito tempo, esperei que outros falassem. Mas não o fizeram...
Para àqueles que não sabem, já houve a Associação dos Cartunistas do Rio de Janeiro.
Achei entre o material perdido, a página do jornal INVERTA (1997) , onde eu respondia pela editoria da página HUMOR NO INVERTA, que abordava o universo do desenho de humor e salões de humor, representando a A.C.R.J. ( Como mostra nos créditos da página). Além de editor, fazia parte da mesa diretora na associação.
As reuniões eram mais voltadas para a resolução das questões burocráticas do que para outra coisa.
No aspecto de "congregação" era muito pior. A coisa mais difícil era reunir 10 cartunistas para que surgissem propostas coletivas. Não demorou muito e a associação simplesmente sumiu.
E àqueles cartunistas que podiam questionar, com excessão de Adail, Ferreth, Mayrink e Zé Grauna, não faziam. E aos poucos, os cartunistas do Rio de Janeiro foram sufocados, por propostas onde a valorização de artistas de fora interessava mais.
Na postagem que fiz sobre o Mário Alberto, falo sobre a questão dele ter sido barrado na Casa de Cultura Laura Alvim. E não foi apenas ele! Artistas veteranos, que fizeram muita coisa pelo cartum carioca, nacional e mundial, também foram "barrados", no local onde os anfitriões deveriam estender tapete vermelho para recebê-los.
Hoje, o Rio de Janeiro apresenta sinais de recuperação, através de uma nova geração. Artistas que não esperam a palmada no bumbum para poder gritar, para mostrar ao mundo que estão vivos.
E é por eles e para eles que eu questiono...
Se tivesse alguém, além do Mestre Zé, que me propusesse reflexões, eu não teria esperado tanto tempo para falar.
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Falando nisso, cadê os chatos que deveriam ter falado junto comigo antes do Salão Carioca de Humor perder a graça?
Antes tarde do que nunca!
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