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Em 2000, eu morava no bairro do Flamengo, à rua Paysandu e trabalhava como diretor de artes em uma prefeitura municipal aqui no Rio de Janeiro. Além das minhas atribuições diárias na prefeitura, eu prestava serviços para uma editora em Belo Horizonte e fazia freelas na redação do jornal Lance. Ou seja, não tinha tempo para quase nada.
Em meio a essa loucura que eu mesmo me propus, recebi o telefonema do companheiro Ronaldo Cunha Dias (médico e cartunista) dizendo que um cartunista amigo seu estaria vindo ao Brasil e que ficaria no Rio de Janeiro por uns dias. Ele então perguntou se eu poderia ciceroneá-lo e eu na hora respondi que sim.
No dia em que o visitante chegou, fui recepcioná-lo e ele pediu para ficar em um hotel ali mesmo na Paysandu. Eu, acabei não indo naquele dia para a prefeitura e fiquei por conta do visitante, por minha conta e risco.
Logo depois do almoço, ele me ligou e eu fui buscá-lo para ir ao apartamento onde eu morava. Ele passou a tarde toda falando de suas criações, seu trabalho, sua visão em relação aos quadrinhos brasileiros e demais assuntos. Lá pelo final da tarde, ele pediu-me um papel e fez para mim um desenho de um Batman, só que com as orelhas pontudas e um Coringa, com caneta esferográfica.
Aquele senhor de cabelos brancos, fala tranquila era ninguém menos que o co-criador do Robin (parceiro do Batman) e do Coringa.
Mudei-me do Flamengo, os originais do Jerry sumiram, mas as lembranças ficaram, juntamente com a honra de tê-lo recebido em casa e ter compartilhado um tempo da companhia deste gênio dos quadrinhos.
Só para constar:
Durante a estadia do Jerry Robinson por aqui, estava acontecendo a Bienal de Quadrinhos ou algo do gênero, ali mesmo no Flamengo. E então eu liguei para o pessoal da organização e sugeri que fizessem uma mesa redonda com o ilustrador. Quem me atendeu respondeu o seguinte: _ Já temos todo o desenvolvimento programado e fica complicado mexer na grade.
Ou seja... "entraves burrocráticos".
Abraços
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